sábado, 20 de abril de 2013

O palco


A beleza só explode em um mágico esplendor do instante
Em dias lagunares, onde a órbita da razão se reparte, ficamos como botes ou jangadas em um mar  calmo.
A CARTASE do inconsciente se desnuda sob os prismas de luz a meio metro.
Um lago de imagens boiando, sendo içadas como um navio que lança suas âncoras sobre a corrente marinha.
Ali, onde a convocação do instante chama ao palco cenas.
Retina difratada em imagens côncavas, subidas e descidas.
Ali permanecemos como que dois desconhecidos, explorando novamente esquinas do rosto, curvas da cintura que se refazem magicamente como um corpo estranho, tudo pode ser o que você desejar, tudo se externa a partir de um espelho interno.
E lá estamos nós, desolados sobre a praia, nem uma palavra se torna necessária , a companhia ideal demonstra que sempre nos buscamos , nos perdemos e nos achamos. Desconhecidos em paisagem lagunar.
Um feixe magnético
Um arrepio em espasmos
Uma paisagem sobre a mente
E lá estão também roedores, botos, Iansã e peixes
E lá está também sua dose de sensibilidade rebentando minha consciência que se comunica em olhos
Que se cruza em frases definíveis
um jato em cartase
São risadas sobre um lençol azul
Somos nos
Em escuta
Lilás
Nas portas das nuvens
Nas pálpebras da loucura
No gosto do rum
Nos canudos de oxigênio
Nas gramas da macieira da tarde
Repetindo o limite que se rompe
Em um cão guia
De olhos selvagens
Que a esquerda procria
E a direita latia.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Catarse

É sobre-humano aquela construção.
Como cartases em pedras muito bem compactadas estavam ali deitados quatro almas, um rito mágico do eremitão que sobe as montanhas para afagar horizontes, e aqui já tão a beira mar os olhos respondem como um soluço da memória: O que vi, o que vejo?
São premissas que levam a condição do tempo e das nuvens continuarem andando em sua dança ritmica.
Pinheiral e duas pernas entrelaçadas, assim parecia a comunicação noturna entre eu e aquela estrela...impressão humana, expressão lunar.
Seguindo o leito e dedilhada pelas águas aqui permanecemos amor, tu e eu feito tábuas de esmeraldas prontas para sermos apreciados e recarregamos, agora já sei um dos misterios, as nuvens precisam do isolamento para se carregarem de energia nas alturas. E que os farois verdes compõe a cobertura de nossas paredes e aquela estrela azul já é de profunda expressão humana.