sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Minha única estrela vive
Só consigo localizar mais ou menos o seu foco. Assim, como também, a substância desta estrela não é orgânica: é feita de esplendor o qual tendo alcançado o mais alto grau de intensidade, imprime toda expressão de um rosto humano.
In: Arcano 17, André Breton
domingo, 18 de dezembro de 2011
Valete de 4
Bastões desabrocham entre as gramas,
um calice de agnose,
uma jogada entre quatros postes
copas
baphomet
calice-se de medusa
o labrador está a beira
céu de moedas douradas
meus olhos alimentan teus dentes
negro calaveiro antande, pistas de assalto
nesta manhã um largato vestido de salamandra uiva ou pé das orelhas.
e o fragor do sol aquece minha face.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Bacalhau de OpçÕES
Portifolio trepidado
suturas delirantes evadem a porta de meu estômago
ao pestanejar de falas
esbarradas em dois postes semi-cerrados de um federal governo
cigarras
nas taras da tarde, o kixikixi faz um convite
arranhas céus sem carniça
num mergulho da poça
cascalhos do oceano
meu bem são 2 da manha
e o "super outro" nos chama
vamos voar
a gravidade esta baixa
sobre o Santa Paula
Lediane espera seu remédio a 205 km/h
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
MUrilo Mendes, Presente!
O muro é um album em pé
politica poesia
desordem sonhos projetos
anseio e desabafo
Um coração atravessado por uma flecha
"Gravo aqui neste muro o amor de João Ventania por Madalena"
Datas de crime, de encontros e de idílios
VIVA O COMODISMO
Pedra úmida
altar frio imagens ignóbeis
flores de papel ímãs de moscas
Ó lugar triste e árido
O contrario do arco-íris
baixará Cristo aqui?
ele baixou num estabulo
baixou mesmo até em mim.
politica poesia
desordem sonhos projetos
anseio e desabafo
Um coração atravessado por uma flecha
"Gravo aqui neste muro o amor de João Ventania por Madalena"
Datas de crime, de encontros e de idílios
VIVA O COMODISMO
Pedra úmida
altar frio imagens ignóbeis
flores de papel ímãs de moscas
Ó lugar triste e árido
O contrario do arco-íris
baixará Cristo aqui?
ele baixou num estabulo
baixou mesmo até em mim.
A dança di-POLO
As assas da estrela nua
que agora salpica na relva encandescente
faz pairar uma neblina que depura os buracos dos meus alvéolos pulmonares
estou nos ares e salto de pés atados
Nesta tarde eles escalaram as cabeças grandes das vespas
e as barras de meu código evadiram no asfalto.
que agora salpica na relva encandescente
faz pairar uma neblina que depura os buracos dos meus alvéolos pulmonares
estou nos ares e salto de pés atados
Nesta tarde eles escalaram as cabeças grandes das vespas
e as barras de meu código evadiram no asfalto.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
1924
O espírito de desmoralização ergueu domicílio, é com ele que tratamos sempre que há problema de relação com nossos semelhantes, mas se as portas estão sempre abertas sabeis que não se começa"agradecendo" às pessoas. De mais a mais, a solidão é vasta, não nos encontramos muito. Pois o essencial não é sermos senhores de nós mesmos, das mulheres, do amor também?
Mas este castelo cujas honras lhe faço, tem ele certeza que seja uma viagem? E se não obstante, o palácio existisse? Meus hóspedes estão aí para responderem por isso; seu capricho é a estrada luminosa que aí conduz. Vivemos de fato à nossa fantasia, quando estamos lá. E como o que um faz poderia incomodar o outro, ali, ao abrigo da procura sentimental e dos encontros ocasionais?
O homem põe e dispõe. Depende dele só pertencer-se por inteiro, isto é, manter em estado anárquico o bando cada vez mais medonho de seus desejos. A poesia ensina-lhe isso. Traz nela a perfeita compensação das misérias que padecemos. Ela pode ser também uma ordenadora, bastando que ao golpe de uma decepção menos íntima se tenha a idéia de tomá-la ao trágico. Venha o tempo quando ela decrete o fim do dinheiro e parta, única, o pão do céu para a terra! Haverá ainda assembléias nas praças públicas, e movimentos dos quais não pensaste participar. Adeus seleções absurdas, sonhos de abismo, rivalidades, longas paciências, a evasão das estações, a ordem artificial das idéias, a rampa do perigo, tempo para tudo! Basta se Ter o trabalho de praticar a poesia. Não é a nós que compete, que já vivemos dela, o esforço de fazer prevalecer o que guardamos para nossa mais ampla inquietação?
A verdade é que agora uma flecha indica a direção destes lugares e que alcançar a meta verdadeira só depende de resistência do viajante.
In: Manifesto Surrealista
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Prenha do assuntO
Contínuas lambidas descem
do céu
ao céu
E para não esquecer do Piva
"É necessário que os prédios cresçam
para que possamos fazer amor nos pavimentos"
A 62 metros de altura
melodias dedilham
o arrombamento de meus tímpanos
e o frescor das uvas de girrassol
naquelas velhas tardes macias.
do céu
ao céu
E para não esquecer do Piva
"É necessário que os prédios cresçam
para que possamos fazer amor nos pavimentos"
A 62 metros de altura
melodias dedilham
o arrombamento de meus tímpanos
e o frescor das uvas de girrassol
naquelas velhas tardes macias.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
HCL do Arcano 17
Com a bílis pela garganta
Seu cérebro balbuciava as ondas de retorno
que se chocavam na vertical
O quadrupede agora tem vertebras
Priprioca de Vênus
Colo de Dionísio
Maresia de grãos e gelo para as mãos.
Seu cérebro balbuciava as ondas de retorno
que se chocavam na vertical
O quadrupede agora tem vertebras
Priprioca de Vênus
Colo de Dionísio
Maresia de grãos e gelo para as mãos.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
FactraiS
Judas a negaria
Cristo a crucificaria
Seria um líquen remoto
Travestida em antenas de martelos
Balas de hidrogênio
Oxigênio
Es a trama da narrativa
Narra?
Na negação da identidade
Uma espiral em rotação.
Em 1926 eu sou uma pergunta, que eu faria sem dúvida.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
O chá
O assovio na escada trazia o cowboy do Texas. A luz sobre seu corpo ora escuro, e outro iluminado parecia provar a quebra de sua face, repartida em duas metades, não teria sensação apropriada para dizer o que vi e tentei tatear. Ali estava o homem de duas cores, quebrado, desmontado.
Imagem: Max Ernst
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